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Longevidade saudável
Como tratar a senectude da forma mais natural possível
A medicina e a ciência nos permitem ser cada vez mais longevos, mas como você quer envelhecer? Essa é uma pergunta cuja resposta pode estar no nosso estilo de vida e hábitos do dia-a-dia
Envelhecemos cada vez mais. O Brasil tinha uma expectativa de vida de 48,1 anos em 1950. Agora, em 2023, a expectativa de vida do brasileiro médio é de 76,2 e esse número deve alcançar 88,2 anos em 2100. Ou seja, nunca vivemos tanto, mas será que estamos envelhecendo bem?
Com o avanço das técnicas e tecnologias médicas, os diagnósticos são cada vez mais precisos e os tratamentos mais eficazes, o que tem permitido o controle e a prevenção de diversas doenças que antes eram potencialmente fatais ou causavam complicações que poderiam ser muito mais sérias, como o diabetes, a hipertensão e as taxas altas de colesterol e triglicerídios.
Atualmente também existe mais informação disponível e de fácil acesso sobre atitudes saudáveis, bons hábitos e até mesmo sobre saúde mental que podem influenciar, diretamente ou indiretamente, a longevidade dos brasileiros e das pessoas em geral.
Quando se fala em tratamento de saúde para o gerenciamento do envelhecimento, o objetivo não é parar o tempo, mas, sim, agir nesse tempo.
Como a Endocrinologia pode ajudar as pessoas a viver mais e melhor
Os hormônios são conhecidos como os mensageiros do corpo. São eles que regulam diversas funções como o metabolismo, o crescimento, o desenvolvimento, a reprodução, pressão arterial, equilíbrio eletrolítico, sono, humor e resposta ao estresse e às emoções.
Por isso mesmo a Endocrinologia pode ser uma importante aliada na busca por uma vida longa e saudável, por meio da prevenção e tratamento de doenças e condições que podem afetar a saúde e regulação desses hormônios.
Glândula pituitária
Produz hormônios como o hormônio do crescimento (GH), hormônio estimulante da tireoide (TSH), hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e prolactina.
Glândula tireoide
Produz hormônios tireoidianos, incluindo tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), que regulam o metabolismo do corpo.
Glândulas paratireoides
Produzem o hormônio da paratireoide (PTH), que regula os níveis de cálcio no sangue.
Glândula adrenal
Produz hormônios como o cortisol, adrenalina, noradrenalina, dentre outros que ajudam o corpo a lidar com o estresse.
Pâncreas
Produz insulina e glucagon, que regulam os níveis de açúcar no sangue.
Ovários (mulheres)
Produzem hormônios sexuais, como estrogênio e progesterona, que regulam o ciclo menstrual e o desenvolvimento de características sexuais femininas.
Testículos (homens)
Produzem testosterona, que regula o desenvolvimento de características sexuais masculinas e a produção de espermatozoides.
Algumas das principais glândulas endócrinas e hormônios que produzem são:
Como o metabolismo funciona?
Afinal, o que é metabolismo senão o conjunto de processos químicos que ocorrem em nosso corpo para manter as funções vitais? Ou seja, tudo o que acontece no nosso organismo é afetado pelo metabolismo, que é regulado por hormônios e outras substâncias produzidas pelo sistema endócrino, que é um sistema complexo e que interage com todos os outros.
O envelhecimento também pode levar a alterações no metabolismo dos nutrientes, como carboidratos, gorduras e proteínas. Por exemplo, com a idade, a capacidade do corpo de processar a glicose pode ser reduzida, o que aumenta o risco de diabetes tipo 2. Além disso, a capacidade do corpo de sintetizar proteínas pode diminuir, o que afeta a saúde muscular.
Essas alterações no metabolismo podem contribuir para o aparecimento de doenças crônicas relacionadas à idade, como:
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Diabetes;
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Doenças cardiovasculares;
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Osteoporose;
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Sarcopenia (perda de massa muscular).
O envelhecimento é um processo natural e inevitável, que afeta todas as células, tecidos, órgãos e sistemas do corpo. O que inclui o metabolismo.
Com o envelhecimento, o metabolismo basal, que é a quantidade de energia que o corpo precisa para realizar suas funções básicas, tende a diminuir, ou seja, nossas atividades gastam menos energia – e consequentemente não queimam tantas calorias.
Isso ocorre porque o corpo perde massa muscular e o nível de atividade física geralmente diminui, bem como a demanda energética. Além disso, a produção de hormônios pelo sistema endócrino também diminui com a idade, o que pode afetar a regulação do metabolismo.
Metabolismo, envelhecimento e envelhecimento basal
Apesar de ser um fator relevante e inevitável, o envelhecimento não é o único que influencia o metabolismo e a saúde. Os hábitos de vida, como uma dieta equilibrada e atividade física regular, podem ajudar a manter um metabolismo saudável e prevenir as doenças metabólicas relacionadas à idade.
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Obesidade e gordura abdominal
Hipertensão arterial
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Aumento dos níveis de triglicerídeos
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Redução do colesterol HDL (o colesterol "bom")
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Aumento dos níveis de açúcar no sangue
Síndrome metabólica e envelhecimento
O envelhecimento pode contribuir para o desenvolvimento da síndrome metabólica, um conjunto de fatores de risco metabólicos que aumentam o risco de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2, que incluem:
Isso acontece porque com o envelhecimento é comum a perda de massa muscular e o aumento da gordura corporal, especialmente na região abdominal. Esses fatores podem levar a um ganho de peso e do índice de massa corporal (IMC), o que aumenta o risco de obesidade abdominal.
Além disso, a resistência à insulina (uma condição em que as células do corpo não respondem bem à insulina, levando a um aumento dos níveis de açúcar no sangue) tende a aumentar com a idade, o que pode contribuir para o desenvolvimento da síndrome metabólica.
Portanto, é importante adotar hábitos de vida saudáveis para prevenir ou tratar a síndrome metabólica, especialmente à medida que envelhecemos. E é nessa medicina que eu acredito, na que trata indivíduos e suas vidas, não apenas as doenças. O estilo de vida tem um papel fundamental para que o processo de envelhecimento aconteça sem tentar parar o tempo, mas com saúde, bem-estar, de maneira autônoma e com qualidade.
Vale lembrar que o acompanhamento médico é essencial não apenas para o tratamento, mas para a detecção da síndrome metabólica.
Outros fatores relacionados ao envelhecimento, como a redução da atividade física (como consequência até mesmo de fatos como a aposentadoria e uma redução do ritmo) e o aumento do estresse oxidativo, também podem contribuir para a síndrome metabólica. Além disso, estudos mostram que a síndrome metabólica e seus fatores de risco podem acelerar o processo de envelhecimento, aumentando a inflamação e o estresse oxidativo no corpo.